Seul: quando o gramado vira palco de intercâmbio cultural
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Seul: quando o gramado vira palco de intercâmbio cultural

O amistoso entre Coreia do Sul e Brasil, realizado em Seul ontem (10), transcendeu a rivalidade esportiva para se firmar como um evento que demonstra diplomacia cultural. Mais do que uma simples partida, o jogo celebrou o poder do futebol como uma ponte que conecta nações, respeita tradições e promove o entendimento mútuo, colocando o diálogo cultural em primeiro plano.

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O futebol como celebração da identidade coreana

O simbolismo do encontro começou antes do apito inicial e longe da estratégia de jogo. O evento, realizado próximo ao Dia do Hangul (9 de outubro), data comemorada na Coreia e reconhecida na cidade de São Paulo, destacou a identidade coreana com uma iniciativa inédita: a seleção anfitriã entrou em campo com os nomes dos jogadores escritos em Hangul, o alfabeto nativo.

Esta ação, autorizada excepcionalmente pela FIFA e com uma tipografia exclusiva, foi uma homenagem ao legado do rei Sejong, o criador do Hangul. As negociações para que os nomes dos jogadores brasileiros fossem, por sua vez, reproduzidos em coreano nas comunicações oficiais sublinharam o caráter de respeito entre as culturas.

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O espelho da paixão: ídolos brasileiros e sul-coreanos

A hospitalidade coreana, um pilar de sua cultura, manifestou-se na chegada da delegação brasileira. A Seleção foi recebida na porta do hotel e no campo de treinamento por muitos torcedores. Com entusiasmo, a aglomeração de pessoas em busca de um aceno ou foto não parecia ser somente empolgação com o momento, mas uma demonstração de admiração e carinho.

A intensidade desse tipo de interação na Coreia do Sul espelha um pouco do comportamento que toma conta de fãs brasileiros quando Idols de K-Pop e atores de K-Drama desembarcam em solo nacional. Nos dois casos, a empolgação do público transforma a chegada dos artistas em eventos de grande comoção, mostrando que a adoração e o respeito pelas figuras de destaque da cultura alheia são sentimentos universais, conectando os povos para além da distância.

Vibração nas arquibancadas: uma atração à parte

No Seoul World Cup Stadium, a torcida foi a grande atração. Antes da bola rolar, um mosaico deslumbrante de lanternas de LED iluminou o estádio, unindo a tradição visual coreana à sua vanguarda tecnológica.

Essa fusão de modernidade e apelo cultural atingiu o ápice no intervalo da partida. A música “Golden”, do grupo HUNTR/X (parte da trilha sonora do sucesso animado KPop Demon Hunters), ditou o ritmo, levando a energia e o fenômeno global do K-Pop para o coração de um evento esportivo tradicional. Embora o placar tenha sido desfavorável à Coreia do Sul, com a vitória do Brasil por 5 a 0, a reação da plateia foi uma atração à parte. Os cantos ecoaram com força do primeiro ao último minuto, sem importar muito com o resultado. As imagens mostraram uma torcida que, mesmo diante do desafio técnico dos adversários, manteve o entusiasmo, valorizando o respeito profundo ao esporte.

Ainda mais relevante para o cenário pop coreano foi a apresentação do TWS, o grupo masculino da Pledis Entertainment (subsidiária da HYBE). O grupo, que estreou em janeiro, fez uma performance especial, reforçando a interação entre o esporte e a Hallyu (Onda Coreana). A presença do TWS celebrou a juventude e o sucesso global do K-Pop como um pilar da projeção cultural da Coreia do Sul.

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Recepção e integração

A hospitalidade coreana se estendeu das arquibancadas às autoridades locais. O evento contou com apoio institucional do Centro Cultural Coreano no Brasil (CCCB), que organizou exibições simultâneas da partida em São Paulo, acompanhadas de atividades culturais, unindo o público brasileiro interessado na cultura coreana à paixão pelo futebol.

Entre o respeito às tradições e o calor da recepção, o amistoso se consolidou como um símbolo de que o esporte é um idioma universal. É um espaço onde as bandeiras, as torcidas e os gestos de acolhimento se misturam em uma só sintonia de celebração, arte e respeito mútuo.

A noite em Seul reforçou algo importante sobre o esporte: ele é, acima de tudo, um impulso de amizade entre as culturas. 

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