Entre o misticismo e o suspense, o terror sul-coreano surpreende ao fugir dos clichês e entregar uma narrativa envolvente e respeitosa às múltiplas crenças.

Crônicas de Exorcismo: O Início surge como um dos projetos mais interessantes do cinema de terror recente ao unir suspense psicológico e misticismo sem recorrer às caricaturas desgastadas do gênero. O enredo conduz o espectador por uma trama sólida e bem fundamentada, que além de cumprir seu propósito principal, abre espaço para reflexões mais amplas sobre espiritualidade e fé.
O trailer oficial já oferece um primeiro olhar para o universo sombrio e visualmente arrebatador que estreia nos cinemas em outubro. Confira:
No centro dessa adaptação está Padre Park, ex-médico que trocou o jaleco pela batina, mas foi excomungado após desafiar a própria igreja ao reconhecer forças sobrenaturais que ela se negava a admitir. Seu retorno ao combate contra o mal é desencadeado por um antigo amigo, monge guardião de um templo repleto de magia ancestral, que o convoca a proteger um jovem com poderes extraordinários — alvo do próprio mestre corrompido pelas trevas.
Um dos grandes méritos do filme está na forma como retrata a pluralidade religiosa da Coreia do Sul. Diferentes crenças e tradições são apresentadas de maneira respeitosa, sem reduções a estereótipos. Essa abordagem confere densidade à narrativa e distancia a obra dos clichês de terrores religiosos, muitas vezes marcados por excessos ou simplificações. Aqui, o misticismo das profecias ganha um tom enigmático e envolvente, sustentado por um ritmo que privilegia o suspense à sustos fáceis.
Além de sua força narrativa, a produção carrega um peso cultural e editorial: marca a primeira adaptação cinematográfica do fenômeno literário coreano Toemarok (Diário de Exorcismo), que ultrapassou 10 milhões de cópias vendidas e 238 milhões de visualizações online.
Vale destacar também que o universo de Toemarok já havia sido expandido em um webtoon lançado em 2021 no Naver Webtoon, hoje com mais de 130 episódios publicados, o que reforça a força do material original e a expectativa de continuidade da saga nas telas.

Ainda que a história pudesse se sustentar apenas pelo arco principal — conduzido de forma clara e coesa —, a produção vai além: o desfecho do filme e as cenas pós-créditos costuram habilmente um fio narrativo que prepara terreno para a sequência. Ao fazer isso, evita frustrações típicas de finais em aberto, entregando ao público tanto uma conclusão satisfatória quanto a promessa de novos desdobramentos.
A atmosfera é reforçada pela fotografia cuidadosamente escolhida, que não apenas emoldura o terror soft proposto, mas também amplifica o peso simbólico das religiões em contraste e convivência. A paleta visual oscila entre sombras densas e composições que destacam a tensão espiritual, apoiando a narrativa em cada detalhe.
Mais do que oferecer sustos, Crônicas de Exorcismo: O Início convida o espectador a mergulhar em um suspense de impacto, no qual a mistura de religiões, os dilemas da fé e o poder das profecias se tornam protagonistas. O resultado é uma história envolvente, instigante e sofisticada, que prova que o terror pode se reinventar quando se afasta das fórmulas fáceis.
O filme estreia no Brasil em 2 de outubro, distribuído pela Cinecolor Films, inaugurando a saga baseada no fenômeno coreano Toemarok.
Curtiu? Bora pro cinema! Conta para a gente sua experiência! Siga o FunFact no Instagram e faça parte dessa comunidade que celebra cultura e tendencias do entretenimento!
Leia também: NTX no Brasil: novidades na segunda passagem do grupo pelo país

Pingback: Lollapalooza Brasil 2026 divulga line-up por dia e confirma RIIZE e KATSEYE em datas diferentes – Funfact